Apenas 2 por cento de actualização salarial é o que a Soflusa propôs na semana passada aos representantes dos trabalhadores na revisão do acordo de empresa. A contraproposta patronal foi condenada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, num comunicado em que recorda que aquele valor está abaixo do índice oficial da inflação. A administração da transportadora afirmou ser aquela uma proposta final. Pretende ainda alterar o clausulado do AE, para «mexer nos intervalos de descanso, com prejuízo para os trabalhadores», denunciou o sindicato, que admite uma revisão das matérias não pecuniárias do acordo, «se for no sentido de o melhorar com a introdução de regras de atribuição dos diversos prémios, com a sua melhoria e com a identificação do AE com as novas realidades da empresa». «Parece-nos, no entanto, que para a administração, a revisão do AE só fará sentido no quadro da introdução das matérias mais negativas do Código do Trabalho», pois não há «nem uma palavra» sobre disposições mais favoráveis para os trabalhadores, como férias e respectivos pagamento e subsídio. O SNTSF/CGTP-IN regista que «não é dada nenhuma resposta às restantes propostas do sindicato» e adianta que, «sem um acordo em relação às matérias pecuniárias, torna-se difícil caminhar com vista à obtenção de um acordo» no restante clausulado. A próxima sessão negocial está agendada para dia 21.